EDÉSIO ADORNO
Tangará da Serra
É verdade que a imprensa e os ativistas de redes sociais devem tratar qualquer caso de doença com cuidado e responsabilidade. Gerar pânico, causar comoção não ajuda em nada. Aliás, pode agravar a situação.
Esse mesmo senso de responsabilidade a população exige também do prefeito e das autoridades sanitárias. Disseminar notícias falsas é crime previsto na legislação penal.
Em sentido inverso, desqualificar uma informação e trata-la como fake news apenas para se exigir da obrigação de manter a população informada é conduta igualmente reprovável. O prefeito Fábio Junqueira incorreu nesse erro.
Em sua página no Facebook, Junqueira confessou:
“Mais cedo, considerando a quantidade de informações falsas que eram compartilhadas em Tangará da Serra, tornamos público a negativa sobre qualquer caso suspeito na Cidade”.
O tornar público que ele diz foi produzir uma postagem oficial e rotular de fake news mensagens que em circulação nas redes sociais, sobretudo, em grupos de Whatsapp.
Como reconhecimento do erro que praticou, o prefeito fez mea-culpa:
“Porém, exatamente às 18h, recebemos a confirmação do primeiro caso de investigação sobre suspeita de Coronavírus em Tangará da Serra”.
O prefeito tomou conhecimento desse caso suspeito de infecção pelo Coronavírus logo no início da manhã desta sexta-feira. Preferiu tentar abafar o caso. A internet foi mais ágil e eficiente. Junqueira foi obrigado a se desdizer.
Em sua postagem, ele emenda:
“Pedimos que não sejam disseminadas Fake News. Que a população aguarde as manifestações oficiais do Município a respeito de qualquer informação sobre a pandemia”.
A população também faz um pedido ao prefeito: não esconda nada, não tente abafar nada e evite desqualificar as informações jogadas sempre com responsabilidade nas redes sociais por pessoas que se preocupam com a cidade e, acima de tudo com a saúde e bem-estar da população.
