EDÉSIO ADORNO
Tangará da Serra
As mídias sociais se tornaram terreno fértil para o cometimento de crimes contra o patrimônio, a honra, a reputação e a vida das pessoas. O limite da delinquência virtual se esbarra na falta de limites. E, claro, na presunção de que seus pecados nunca serão descobertos. Daí chafurdam na lama da impunidade e tentam arrastar eventuais desafetos políticos para o esgoto onde rastejam como serpentes carregadas de toxina.
No Congresso, a CPMI das Fake News tenta identificar responsáveis por essa prática nefasta e abominável. O caminho será longo. As redes sociais vão continuar exibindo a marca característica desses tempos fabricados pelas maluquices cleptomaníacas da esquerda e pelas afetações hiperbólicas, incautas e chulas do bolsonarismo, como assinala um importante jornalista nordestino.
Os artífices da presepada redigiram um texto com aparência de notícia jornalística e fizeram uma montagem tosca com a logomarca do site G1
A oposição ao prefeito Rafael Machado (PSL), de Campo Novo do Parecis, talvez devido à falta de discurso, de unidade e de um pouquinho de vergonha na cara, resolveu atacar o gestor por meio de um expediente sórdido: fake news – falsa notícia. Os artífices da presepada redigiram um texto com aparência de notícia jornalística e fizeram uma montagem tosca com a logomarca do site G1.
A narrativa nem de longe merece crédito. O texto peca por falta de concordância e abusa das regras gramaticais. Uma simples olhada no URL da suposta publicação logo percebe tratar-se de uma fraude grotesca. O título da suposta matéria (Ministério Público de Mato Grosso revela grave sistema de corrupção no interior do estado) contraria o padrão editorial do G1. É grandiloquente e escandaloso.
Para justificar a suposta “revelação do MPE”, os desafetos de Rafael Machado construíram um falso andamento processual do site do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT). A falsidade da coisa salta evidente.
A estultice dos delinquentes não parou por aí.
Na fake news, menção a Polícia Judiciária Civil, a Primeira Vara de Campo Novo do Parecis e ao TJ-MT, onde supostamente estaria tramitando um recurso de Rafael Machado e Júlio César Florindo, que seria o ex-prefeito de Barra do Bugres.
O prefeito Rafael Machado, questionado pelo site, preferiu não comentar a ação criminosa de eventuais adversários políticos. Perguntado se sabia de onde poderia ter surgido a fake news desabonador a sua gestão, Machado se limitou a dizer que o tempo é o senhor da razão.
A fake news foi encaminhada ao site por um político influente de Campo Novo do Parecis. Se a intenção era usar o veículo para divulgar uma falsa notícia e comprometer a imagem do prefeito Machado, a estratégia não funcionou. A Polícia Judiciária Civil deve investigar o caso.