Da Redação
Poconé e Nossa Senhora do Livramento estão enfrentando um grave dilema relacionado à gestão de resíduos sólidos e a suspeita de favorecimento a um megaempresário.
Desde 2018, o prefeito de Poconé, Tatá Amaral, firmou um contrato com a empresa BKP Construtora Ltda EPP para a administração do lixão municipal. No entanto, há indícios de que a empresa estaria se beneficiando financeiramente enquanto o lixo coletado em Livramento estaria sendo direcionado para o lixão de Poconé.
Detalhes do contrato:
De acordo com o contrato estabelecido, a BKP Construtora Ltda EPP recebe cerca de R$ 828 mil por ano para administrar o aterro sanitário (que, na verdade, é um lixão a céu aberto) em Poconé.
A coleta do lixo é realizada pela prefeitura, e as máquinas utilizadas no aterro são propriedade da Secretaria de Infraestrutura. Em Livramento, a empresa também foi contratada para a manutenção e operação do aterro sanitário, recebendo um valor de R$ 238.050,00.

Atuação do megaempresário:
O empresário responsável pela BKP Construtora Ltda EPP é Fernando Augusto Carvalho Junior, cujo representante nas cidades em operação é Osmar Alves Cabral. Há indícios de que Osmar Alves Cabral domina um grupo de empreiteiras e tem obtido sucesso em vencer licitações nos municípios, levantando suspeitas sobre o acesso a informações privilegiadas das prefeituras.
Outras empresas envolvidas:
Além da BKP Construtora Ltda EPP, o empresário Osmar Alves Cabral tem participação em outras empresas que estão envolvidas em disputas por obras em diferentes prefeituras de Mato Grosso. Entre elas estão a ABR Construções E Locações EIRELI, a Vieira Felipe & CIA Ltda e a Manancial Consultoria, Planejamento e Projetos LTDA.
Questionamentos e investigações:
Os vereadores de Poconé, Itamar Lourenço e Fábio de Oliveira, estão investigando as operações e buscando desvendar os supostos mistérios envolvendo os contratos com a empresa BKP Construtora Ltda EPP e a relação com o megaempresário Osmar Alves Cabral. Também foram realizadas reuniões entre os representantes do Executivo dos dois municípios, conforme informações obtidas junto ao Procurador Municipal.
Suspeitas de irregularidades e obras paradas:

Diversos contratos celebrados entre as prefeituras de Poconé e Livramento e as empresas relacionadas a Osmar Alves Cabral têm gerado desconfiança. Obras como a construção de quadra poliesportiva, mini estádios e reforma de ginásio municipal estão em andamento, porém, a atividade principal dessas empresas não parece ser o controle ou operação de aterros sanitários.
Além disso, contratos para manutenção de estradas e locação de máquinas pesadas em Poconé levantam dúvidas, já que não há testemunhos de maquinário da empresa executando essas tarefas. O caso de ex-servidores fiscais que se tornaram empresários executando obras também é mencionado, levantando suspeitas sobre possíveis favorecimentos em licitações.
O dilema envolvendo a gestão de resíduos sólidos, a possível transferência de lixo de Livramento para Poconé e os indícios de benefícios a um megaempresário estão despertando questionamentos por parte dos vereadores e da população.
O Tribunal de Contas do Estado (TCE) já emitiu uma decisão para que a Prefeitura de Poconé cumpra observações importantes relacionadas à coleta seletiva, ao aterro controlado e ao Conselho Municipal de Saneamento.
O desenrolar dessas investigações poderá trazer esclarecimentos sobre as suspeitas levantadas e a busca por transparência e regularidade nessas operações.