Da Redação
A Bronca Popular
Márcia Pinheiro, primeira dama de Cuiabá e ex-candidata derrotada ao governo em 2022 pela frente de esquerda, enfrenta um novo escândalo à medida que se vê envolvida na Operação Capistrum, uma investigação da Polícia Federal que abalou o cenário político e administrativo da capital mato-grossense.
A Operação Capistrum, que foi deflagrada na última quarta-feira, desvendou um esquema fraudulento de contratação de uma empresa de serviços de informática que teria desviado cerca de R$ 13 milhões da Saúde de Cuiabá.
Márcia Pinheiro, conhecida por seu apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, teve suas digitais encontradas nesse esquema de desvio de verbas.
As investigações da Polícia Federal revelaram também uma estreita relação entre Márcia Pinheiro e Gilmar de Souza, ex-secretário adjunto de Saúde, Coordenador Especial Rede Assistencial de Tecnologia e Informação, e ex-coordenador do Centro de Distribuição de Medicamentos e Insumos de Cuiabá (CDMIC). Gilmar de Souza foi um dos alvos da Operação Iterum.
Conforme documentos divulgados em primeira mão pelo RepórterMT, um relatório do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) em outubro de 2021 revela trocas de mensagens entre Márcia Pinheiro e Gilmar de Souza Cardoso, servidor da Secretaria de Saúde, datadas de junho de 2017.
Nas mensagens, Gilmar pede para conversar com Márcia para "alinhar detalhes" relacionados ao contrato da empresa de serviços de informática, que mais tarde se tornaria o pivô da Operação Iterum.
Em sua resposta, Márcia Pinheiro questiona se o assunto está relacionado à Saúde, ao que Gilmar confirma e fica acertado que eles se encontrariam na casa da primeira dama para discutir o assunto.
Esse contrato, objeto das conversas, teria sido usado para desviar os mencionados R$ 13 milhões dos cofres da Saúde de Cuiabá, segundo as investigações da Polícia Federal.
Até o momento, Márcia Pinheiro não se manifestou publicamente sobre o caso, mas a expectativa é de que ela seja interrogada pela Polícia Federal nos próximos dias.
Embora não existam provas objetivas de seu envolvimento direto na corrupção da Secretaria de Saúde, sua posição e relações levantam questões sobre sua possível participação no esquema.
Especialistas em direito apontam que, para evitar uma eventual condenação, Márcia Pinheiro poderia considerar fazer um acordo de delação premiada, revelando tudo o que sabe, apresentando provas e citando nomes envolvidos no esquema de desvio de verbas da Saúde de Cuiabá.
Ela possivelmente detém informações importantes e devastadoras sobre a corrupção na secretaria, o que poderia influenciar o desdobramento das investigações e eventuais condenações dos responsáveis pelo achaque ao erário público.