Edésio Adorno
Cuiabá
O discurso, a pose e as promessas de campanha do delegado Vinicius Nazário (Pode), que disputa a prefeitura de Alta Floresta, acabam de ser colocadas em cheque por uma Nota de Repúdio emitida em conjunto pelos Sindicatos dos Escrivães da Polícia Judiciária Civil (Sindepojuc) e dos Investigadores da Polícia Judiciária Civil (Sinpol-MT).
Na nota, as entidades de classe desmentem Vinicius e revelam seu lado obscuro, perseguidor, autoritário e tirânico. Em uma live no Facebook, o delegado candidato afirmou que antes de sua gestão à frente da Delegacia de Alta Floresta, a prestação de serviços à população seria deficitária.
“Em sua infeliz fala o candidato informa que antes de sua gestão na Delegacia de Alta Floresta/MT, aqueles que compunham o referido órgão não desempenhavam a função policial de forma correta, deixando de entregar a sociedade a devida produtividade que se espera da PJC/MT”, destaca um trecho da Nota de Repúdio.
Os sindicalistas que assinam a nota citam matérias da imprensa para afastar as inverdades espalhadas pelo delegado candidato. “Ocorre que diversas matérias antes de o referido candidato tomar posse como delegado no Estado de Mato Grosso, demonstram o contrário do alegado, pois a delegacia de Alta Floresta sempre se destacou no estado por sua produtividade e eficiência, mesmo com falta de efetivo”, afirmaram.
Falta de capacidade de gestão
Acrescenta a Nota de Repúdio:
“Infelizmente a gestão do então delegado na Delegacia de Alta Floresta/MT foi marcada não pelo aumento de produtividade, mas sim com a forma tirana e desproporcional que tratava os servidores públicos, bem como pela falta de capacidade de direção e gestão, visto que não desempenhava diálogo com a base adotando sempre medidas que dificultavam o andamento do serviço policial”.
Os sindicalistas pontuam ainda que fala de Vinicius na Live mostra que ele desconhece a lei ei que disciplina a atividades dos servidores da PJC/MT (LC 407/2010), que fixa a jornada de trabalho do policial civil a 8 horas por dia e não a 24 horas, como pretende o delegado.
Os dirigentes sindicais observam ainda que devido à falta de efetivo na PJC foi criado o costume de que escrivães e investigadores devem trabalhar em jornada sub-humana de 24 horas por dia, conforme defende o candidato, sem que os trabalhadores da segurança pública possam ter direito ao descanso, ao lazer e a convivência com sua família.
Delegado autoritário
“Com sua postura autoritária e demonstrando até mesmo desprezo para com os servidores quando na delegacia proferia comentários inapropriados sobre a probidade e moralidade dos policiais, bem como instaurou procedimentos administrativos totalmente desvirtuados com a única e exclusiva função de intimidar e causar constrangimento”, pontua a Nota de Repúdio.
“Por tais motivos foi assinado um abaixo-assinado direcionado à Delegacia Regional de Alta Floresta/MT, pela maioria do efetivo policial da delegacia solicitando uma tomada de decisão sobre os constantes assédios praticados pelo delegado contra os servidores fato”.
As denúncias por assédio, perseguição e constrangimento a servidores apresentadas contra o delegado candidato se encontram na Corregedoria da PJC/MT a espera de decisão, segundo revela a Nota de Repúdio.
“Os sindicatos que esta subscrevem repudiam a fala do candidato contra os servidores da Polícia Judiciária Civil de Alta Floresta/MT, cientes de que as alegações proferidas em live não retratam a verdade, visto que Vinicius não praticou nenhuma inovação, uma vez que os servidores sempre tiveram compromisso com a sociedade de Alta Floresta”, conclui a nota.