Edésio Adorno
Tangará da Serra
Demagogo, oportunista e sempre em busca aplausos fáceis, o prefeito de Campo Novo do Parecis, Rafael Machado (PSL), sob o pretexto de ter realizado ‘ampla discussão entre as autoridades locais e representantes de entidades’, decidiu editar um decreto para estender o horário de funcionamento do comércio até às 21h e alongar o início do toque de recolher para às 23h.
Na justificativa para afrontar o decreto do governo do estado, Machado destacou que “a realidade econômica de Campo Novo do Parecis, por se tratar de um município agrícola, difere dos grandes centros urbanos”.
O Ministério Público Estadual não viu nada de especial nos argumentos do prefeito Rafael Machado.
“Trata-se de desobediência a ordem judicial e eventual ato de improbidade administrativa”, observou o Procurador Geral de Justiça, José Antonio Borges, que já havia alertado que prefeitos desobedientes ao decreto do estado estariam sujeitos ao afastamento do cargo.
Sem alternativa e temendo reprimendas do MPE e do TJMT, Machado ciscou para trás, recuou e, no final da tarde deste sábado, publicou um decreto para revogar seu decreto que conflitava com as medias anticovid-19 do governo Mendes.
Machado já sabia que seu decreto era apenas uma peça de ficção para inglês ver. O objetivo era passar a lábia em enempresário do comércio e da prestação de serviços. Se a medida prosperasse, sua familia, que é dona de postos de combustiveis e uma rede de supermercado certamente que ficaria feliz com a gestão do parente prefeito.
Segundo nossa reportagem apurou, Machado teria ligado para um secretário de Estado e comunicado que revogaria seu decreto. "Editei esse decreto apenas satisfazar alguns segmentos e vê se eles param de encher meu saco", teria dito Machado
Nas redes sociais, um tolo inflável procurou consolar seu chefe. "O prefeito é um grande estrategista, agora o desgate fica todo com o governador". Desde quando demagogia e populisto se confundem com estratégia política ou de combate a covid-19?