Edésio Adorno
Cuiabá
A reportagem de A Bronca Popular teve acesso com exclusividade a uma denúncia que tramita na Promotoria de Justiça de Aripuanã. A bomba ou a fraude na bomba remota ao ano de 2013 e se estende por mais de ano. O personagem central de um esquema de suposto desvio de mais de 6 mil litros de diesel ou de um prejuízo próximo de R$ 30 mil aos cofres da prefeitura de Aripuanã, é o atual vereador Geraldo Lara (PP).
A época dos fatos investigados pelo MPE - que já deveriam ter sido esclarecidos pela Polícia Judiciária Civil – Lara era o secretário de Infraestrutura do Município. Planilhas de abastecimento no posto Maria Krupinski & Cia Ltda revelam fortes indícios de abastecimento fictício.
Para melhor compressão dos fatos, um esclarecimento adicional ajuda bastante. De acordo com pessoas experientes no trabalho com máquinas pesadas, o consumo médio/hora varia conforme a qualidade do solo – se mais leve ou pesado; se o local de trabalho é em superfície plana ou desnivelada. Uma motoniveladora, por exemplo, pode varia o consumo médio/hora entre 10 a 14 litros de diesel.
Nas planilhas acessadas pela nossa reportagem, é possível identificar a primeira vista enorme discrepância. Uma motoniveladora, que se encontrava no toco e ainda lá permanece, chegou a ter consumo médio que variou entre 10 e 220 litros de combustível por hora. Algo surreal.
E tem mais: uma motoniveladora que foi vendida em leilão e entregue no mesmo dia ao comprador, continuou sendo abastecida no mesmo posto com autorização do então secretário Geraldo Lara por mais de um ano. Se a máquina já havia sido desafetada do patrimônio público municipal por que cargas d’água continuou sendo abastecida com diesel pago pelo contribuinte? O MPE vai encontrar essa e muitas outras explicações.
Jonas Canarinho, omisso?
Eleito em 2016, Jonas Canarinho parece não ter descoberto o suposto rombo na Sinfra com relação a abastecimentos fictícios ou sem explicação lógica.
Chama atenção, no entanto, um fato: Geraldo Lara, que era ferrenho e ácido opositor de Canarinho, inexplicavelmente deixou de lado as críticas, apaziguou os ânimos e se tornou fiel escudeiro de Jonas.
É possível que essa mudança de comportamento tenha sido apenas por amor à cidade. Obviamente, que a Promotoria de Justiça vai esclarecer o caso, responsabilizar eventuais agentes públicos que tenham causado danos ao erário público. Afinal, o diesel evaporou.
Nota da Redação: Essa matéria terá continuidade, com a apresentação de fatos conexos ainda mais graves, que estariam sido lançados no esquecimento com a possivel cumplicidade de gente graúda, inclusive do governo passado.
O outro lado – a redação não conseguiu contato com o prefeito cassado Jonas Canarinho e nem com o vereador Geraldo Lara. O espaço permanece aberto. Em havendo manifestação, será adicionada a essa matéria.