Edésio Adorno
Tangará da Serra
Sem meias palavras e indiferente a avalanche de críticas turbinadas por preconceitos que estava por irromper, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), revelou sua orientação sexual ao programa Conversa com Bial, da TV Globo.
“Eu sou gay, eu sou gay e sou um governador gay. Não sou um gay governador, tanto quanto Obama nos EUA não foi um negro presidente. Foi um presidente negro. E tenho orgulho disso”, disse o tucano.
No dia seguinte, quando sua sexualidade provocava frisson nas redes sociais, Leite fez outra confissão: "Tô namorando há nove meses. Não é do Rio Grande do Sul, é um médico do Espírito Santo. Tenho enorme admiração e amor por ele", escreveu no Twitter.
Se de um lado, as revelações de Leite abalaram os alicerceres do mundo hipócrita; de outro, estimularam o universo livre de preconceito a reagir contra a boçalidade, a discriminação e a manifestação de ódio promovida por criaturas primitivas que chegaram ao Século XXI, mas deixaram a ponta do rabo no medievo ou nas cavernas do periodo jurássico.
Eduardo Leite recebeu milhares de mensagens de apoio pela coragem de assumir publicamente sua orientação sexual. O governador Mauro Mendes (DEM) escreveu em uma rede social: “Todo meu respeito e apoio ao colega governador Eduardo Leite. Por um mundo mais justo, respeitoso e livre de preconceitos, em que todos possamos exercer nossas liberdades individuais de ser quem somos”.
A deputada Janaína Riva (MDB), que é considerada madrinha e defensora da comunidade LGBTQIA+, destacou em suas redes sociais: “parabéns pela coragem em assumir quem você é. Não deve ter sido fácil, mas sua atitude é um exemplo para que todos não tenham medo ou vergonha de ser quem realmente são”.