Da Redação
A Bronca Popular
Os fervorosos bolsonaristas da bancada federal de Mato Grosso vivem uma contradição constrangedora: no plenário, ajudam o governo Lula; nas redes sociais, atacam o petista com fúria performática para agradar a ala mais radical de sua base eleitoral. É a política do personagem — uma coisa no voto, outra no vídeo curto.
Levantamento do Radar Congresso mostra que José Medeiros, Nelson Barbudo e Coronel Assis votaram, em média, 25% das vezes com o governo federal em 2025.
Em outras palavras: a cada quatro votações, uma foi alinhada ao Planalto. Nada disso aparece nos discursos inflamados, nem nos posts com bandeiras, slogans e bravatas vazias.
Mas a campeã da incoerência atende pelo nome de Coronel Fernanda (PL).
A deputada que mais se fantasia de patriota e bolsonarista raiz mantém 24% de governismo, com 88% de presença nas votações. Seu comportamento político lembra mais uma dublê da direita: interpreta um papel sem lastro, sem leitura, sem conteúdo e sem domínio do que vota. É a encenação substituindo o mandato.
Enquanto isso, Medeiros vota com o governo até em temas tributários e Assis mantém quase presença total — todos com o mesmo roteiro: ajudam Lula quando importa e atacam Lula quando a câmera liga.
O bolsonarismo mato-grossense no Congresso virou isso: radical no discurso, funcional ao governo na prática. Um teatro mal ensaiado, onde o eleitor é tratado como plateia desatenta.













