Da Redação
Blog Edição MT
O prefeito Vander Masson (UB) não tem escapatória. Se ele ficar, o bicho come; se correr, o bicho pega. Baixar um decreto de reposição da inflação na tarifa de água e esgoto é medida de extrema impopularidade, mas necessária para recuperar a saúde financeira da autarquia.
Aqui, o emprego do verbo transitivo recuperar está a indicar que o Samae enfrenta grave crise financeira. Fosse uma empresa privada já teria buscado socorro em algum banco ou teria ingressado na justiça com pedido de recuperação judicial. Isso está fora de cogitação porque autarquia é uma pessoa jurídica de direito público que faz parte da administração pública indireta.
O rombo financeiro do Samae será sempre coberto com dinheiro do tesouro municipal. Foi exatamente isso que aconteceu em outubro de 2022. Vander pediu e a Câmara de Vereadores aprovou uma suplementação de quase R$ 6 milhões. Essa grana foi retirada de outra área para tapar buraco financeiro de uma empresa que perdeu sua capacidade financeira.
Sem entrar no mérito do perrengue financeiro do Samae, vale destacar que o ex-prefeito Fábio Junqueira deixou a autarquia superavitária com mais de R$ 5 milhões no caixa.
É verdade que a Câmara de Vereadores aprovou em 2019 uma lei que assegurava ao Legislativo a última palavra sobre reajuste tarifário. Também é verdade que o prefeito Vander Masson nunca soube construir um canal sólido de negociação com os parlamentares. Prova disso foi a derrota, inclusive com o voto de vereadores da base, do projeto de lei que pretendia a recomposição tarifária do Samae, em outubro do ano passado.
Na semana passada, os vereadores aprovaram um projeto de lei, por meio do qual, lavaram as mãos e devolveram ao chefe do Executivo a prerrogativa de fazer a recomposição tarifária dos preços praticados pelo Samae.
Vander Masson tem agora uma batata quente nas mãos. Precisa baixar um decreto com reajuste acima de 20% nas tarifas do Samae. É isso ou a autarquia se torna dependente em definitivo do dinheiro do contribuinte.