EDÉSIO ADORNO
Tangará da Serra
O Hospital Santa Ângela é uma empresa privada contratada pelo poder público, paga com dinheiro público, para prestar serviço de saúde pública. Logo, não pode se eximir da observância aos princípios constitucionais da publicidade, da transparência, da economicidade e da eficiência. Esses imperativos estão previstos no art. 37 da CF/88.
Pois bem, os médicos Valeriano Silva Filho e Dagomar Golin postaram na fanpage do site A Bronca Popular, no Facebook, uma “resposta” do coordenador da UTI neonatal do hospital Santa Ângela, o também médico Vanderlei Vital, a matéria veiculada com o título: “UTIS do Santa Ângela e do hospital das Clínicas não atendem normas da vigilância sanitária”.
No texto, Vital afirma responder a uma acusação infundada e irresponsável. Sustenta ter profissionais qualificados e dispor de tecnologia de ponta. Diz não contar com 100% de estrutura. Mas não indica o percentual de estrutura que o hospital dispõe. Vanderley afirma, sem informar a fonte, que a UTI do Santa Ângela é uma das melhores do estado.
O valor da diária, segundo escreveu Vital, seria de R$ 1.200 reais. Soma, que segundo diz, “mal paga as medicações e o custo operacional de uma uti como funcionários, aparelhagem, equipe multiprofissional”.
Ainda na “resposta”, o coordenador da UTI reclama de atraso de 6 meses no repasse de verba por parte do governo do estado, assinala que o valor recebido da Secretaria de Estado de Saúde – quase R$ 1,8 milhão – seria referente a 3 meses de trabalho.
O doutor Vital acrescenta que o site “não informa a quantidade de vidas salvas nem a quantidade de pacientes satisfeitos com nosso atendimento”.
Finaliza o médico:
“Informação sensacionalista, irresponsável e que em nada acrescenta ao estado crítico da saúde no estado. Defende um governo que além de cortar a verba original, não cumpre com a responsabilidade de responder e corresponder às necessidades de UTI NEONATAL de nosso estado”
Nota da redação:
O site reafirma as informações veiculadas e acrescenta: a resposta do coordenador da UTI neonatal do hospital Santa Ângela é evasiva, escamoteia a verdade dos fatos e não responde as questões suscitadas.
1) Não explicou porque a vigilância sanitária não aprovou a habilitação da UTI junto ao Ministério da Saúde;
2) Não afirmou dispor de neuropediatra e neurologista no quadro clinico do hospital;
3) Não afirmou dispor de sala de retaguarda ou de recuperação;
4) Não negou que pais são obrigados a levar de casa alimentos para crianças internadas na UTI;
5) Não negou que pacientes com alta da UTI são transferidos para o hospital municipal
Ao invés de ir ao amago da questão e fornecer respostas claras e objetivas aos questionamentos, o responsável pela UTI neonatal preferiu atacar o repórter e tentar desqualificar a informação veiculada.
O Hospital Santa Ângela, assim como o hospital das Clinicas, são imprescindíveis a Tangará da Serra. Já prestaram e vão continuar prestando relevantes serviços médicos a população. Vidas já foram salvas e muitas outras serão preservadas graças ao brilhantismo da equipe médica desses hospitais. A questão fulcral, no entanto, não é essa. Ao cidadão interessa saber se o dinheiro público está sendo aplicado de forma correta. Nada além disso.
Veja o print da postagem do médico Valeriano Silv Filho com a resposta do coordenador da UTI neonatal, Dr. Vanderlei Vital:
