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POLÍTICA Quarta-feira, 27 de Maio de 2020, 09:56 - A | A

27 de Maio de 2020, 09h:56 - A | A

POLÍTICA / ARIPUANÃ

Engenheiro faz crítica velada a Promotor de Justiça que denunciou Canarinho por improbidade

Jeferson Barros diz que prefeito “agiu por inocência, imprudência”

EDÉSIO ADORNO
Tangará da Serra



O servidor da prefeitura de Aripuanã, engenheiro Jeferson Barros de Faria, de ferrenho oposicionista, se converteu em fiel, obediente e leal devoto de Jonas Canarinho, que acaba de abrilhantar o polo passivo de mais uma ação de improbidade administrativa proposta, no dia 07 de maio, pelo Promotor de Justiça Carlos Frederico Régis de Campos.

Canarinho é acusado de emprestar maquinários da municipalidade para fazer obras de pavimentação asfáltica no Hotel Hits e assim causar danos ao erário público.    

De acordo com os documentos que instruem a ação do MPE, o chefe da Sinfra à época dos fatos, vereador Valdecy Vieira, se posicionou radicalmente contra a generosidade de Canarinho para com o dono do hotel, Cleverson Luiz Veronese. Não adiantou. Prevaleceu a vontade de Jonas.    

O prefeito determinou que o servidor Reginaldo liberasse os maquinários para atender o empresário.

O empreiteiro Balsanu, em depoimento ao MPE, afirmou que Canarinho teria como vantagem o silêncio de um site de notícias de propriedade do dono do hotel.    

Uma narrativa falsa  

Dono de um discurso prolixo e meloso, o engenheiro Jeferson, que sonha com uma cadeira na Câmara de Vereadores, saiu em defesa de seu padrinho político. Segundo ele, as presepadas de Jonas no máximo poderiam se qualificadas como “imprudência e não como improbidade, tomar vantagem criminosa e tal”, reagiu o engenheiro ambiental a ação de improbidade ajuizada pelo Promotor de Justiça Carlos Frederico, em um grupo de Whatsapp.  

Ainda com o animus de atacar e desacreditar a atuação do representante do Ministério Público, Jeferson escreveu:

“O maior beneficiado disso foi o Cleverson Veronese, conhecido como Jeguinho. E a matéria quase não o expõe sobre os fatos cometidos por ele. Além disso, além de secretário de meio ambiente ele foi e é repórter e dono do topnews, logo ele sabe muito bem o que é certo e errado. O pai dele já foi prefeito dessa cidade, ele é estudado também. Então se ele alegar desconhecimento não é justificativa”.  

Em outro momento, o engenheiro Jeferson afirma que “o prefeito não estava na cidade quando foi dado a ordem, além disso ele não ganha em nada sobre este fato, correr risco desnecessário e burrice, até pq o próprio beneficiado já tinha uma secretaria em negociação”.  

Se o prefeito não estava na cidade, quem teria dado ordem para liberar os maquinários para trabalhar na obra do Hotel Hits? O então secretário, Valdecy Vieira, estava em Cuiabá e de lá se posicionou contra.

Jeferson, a toda evidência falta com o dever de honestidade intelectual.

Em verdade, Jonas Canarinho teria determinado ao servidor Reginaldo que liberasse os equipamentos para o empreiteiro executar as obras de pavimentação asfáltica na empresa de Veronese.

Em troca desse favor com bens públicos, Canarinho seria agraciado com o silêncio do site Top News, conforme revelou ao MPE o próprio empreiteiro Balsanu José de Freitas.

Leia mais:

 MPE denúncia Canarinho por improbidade administrativa, pede reparação de danos e perda de direitos políticos 

Em outro comentário no grupo de Whatsapp “Renova Aripuanã”, Jeferson avalia que “o único erro do prefeito foi de não ter mandado parar assim que ficou sabendo. Mas talvez seja por inocência diversos motivos, sei lá, que contudo no máximo o qualificaria com imprudência e não como improbidade, tomar vantagem criminosa e tal”.  

Não, Jeferson, a penca de ilícitos dolosos praticados pelo prefeito Jonas Canarinho vai do atropelo a Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº. 8.429/92), passa pelo massacre aos princípios constitucionais que norteiam a administração pública (artigo 37 da CF/88) e chega ao disparate do uso de bem público para beneficiar amigos, aliados políticos ou em busca de vantagem pessoal, no caso o silêncio e cumplicidade de um veículo de comunicação.  

Chega a ser esquisito ver um indivíduo com formação acadêmica, que sonhar em ser vereador, fazer críticas sub-reptícias ao trabalho escorreito do MPE, quando o correto, em nome do interesse público e do zelo pelo patrimônio da municipalidade, seria os atores sociais da cidade homenagear o Promotor de Justiça Carlos Frederico Régis de Campos, que nada mais fez que cumprir seu dever de defender os valores republicanos. Fica a dica, Jeferson!    

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