Da Redação
A Bronca Popular
Uma ação da Secretaria Estadual de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema-MT) resultou na queima de seis maquinários agrícolas que estariam sendo utilizados na prática de crimes ambientais em uma área indígena no município de Marcelândia, a 697 km de Cuiabá. A ação ocorreu nesta quinta-feira (3) e teve como objetivo coibir a reiteração de práticas criminosas.
A destruição dos equipamentos foi feita com base em uma prática legal que visa descapitalizar infratores e combater ações prejudiciais ao meio ambiente. No entanto, a operação da Sema foi criticada pela deputada estadual Janaína Riva (MDB), cuja família possui fazendas e atua no setor madeireiro em Mato Grosso. A parlamentar utilizou as redes sociais para expressar sua insatisfação com o órgão fiscalizador, alegando que a destruição dos maquinários ocorreu sem qualquer decisão judicial ou possibilidade de ampla defesa por parte dos fazendeiros autuados.
"Indignação total com a queima de maquinários, que segundo produtores foi realizada hoje pela Sema em Marcelândia, sem nenhuma decisão judicial ou direito de defesa dos produtores autuados. É um desrespeito aos princípios básicos de justiça!", protestou Janaina Riva em sua conta no Instagram.
A deputada argumentou que os maquinários poderiam ser aproveitados em outros setores ou destinados à agricultura familiar após o trânsito julgado dos processos. Ela considerou a destruição uma arbitrariedade e defendeu a necessidade de repensar a legislação para garantir um processo justo para todos os produtores.
Por outro lado, a Sema explicou que a Fazenda Curuá Madeireiras do Amazonas Ltda, responsável pelos maquinários, cometeu crimes ambientais de forma reiterada. A fazenda, com uma extensão de 11 mil hectares, já havia sido alvo de cinco ações de fiscalização desde 2019, em decorrência de desmatamento ilegal. O órgão aplicou multas que totalizam mais de R$ 30 milhões.
A propriedade rural foi autuada por exploração de madeira em toras e multada em R$ 60 mil, com apreensão de dois tratores, um caminhão e quatro motosserras em 2019. Em seguida, a empresa recebeu multa de R$ 3,4 milhões e teve 687 hectares embargados por exploração de floresta nativa em área de reserva legal.
Em 2021, a fazenda foi multada novamente em mais de R$ 1 milhão por desmatamento ilegal, tendo 290 hectares de sua área embargados. No ano seguinte, uma nova multa milionária foi aplicada, no valor de R$ 2,7 milhões, com 558 hectares embargados por desmate ilegal.
A Sema reforçou que a ação tem como objetivo combater práticas criminosas que causam danos ao meio ambiente, garantindo a proteção das áreas indígenas e a preservação da natureza em Mato Grosso.
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