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POLÍTICA Quarta-feira, 24 de Dezembro de 2025, 20:10 - A | A

24 de Dezembro de 2025, 20h:10 - A | A

POLÍTICA / MANIPULAÇÃO DE NÚMEROS

Senador infla pesquisa e tenta fabricar vitória no 1º turno

Com quase quatro décadas de poder, Fagundes segue patinando na preferência real do eleitor

Da Redação
A Bronca Popular



O senador Wellington Fagundes (PL) soma seis mandatos de deputado federal, um mandato completo de senador e atualmente exerce o segundo mandato no Senado, acumulando 35 anos de presença contínua no Congresso Nacional.

Se concluir o mandato atual, chegará a quatro décadas de vida parlamentar em 2031. Experiência, portanto, não lhe falta. O que parece faltar é honestidade intelectual ao ler e interpretar pesquisas eleitorais.

Mesmo após quase 40 anos orbitando eleições, Fagundes escolheu forçar uma leitura enviesada de uma pesquisa “amiga” para anunciar uma vitória de papel, sustentada mais por vaidade do que por números.

Do alto de uma imodéstia que beira a arrogância, declarou à imprensa que pode vencer a disputa pelo governo de Mato Grosso no primeiro turno — afirmação que não resiste a uma análise minimamente séria dos dados.

A pesquisa do IPCM, que ouviu 1.200 eleitores entre 17 e 20 de dezembro, mostra que, no cenário estimulado, Wellington lidera com 24,4% das intenções de voto. Jayme Campos aparece com 14,3%, seguido por Janaina Riva (12,3%), Otaviano Pivetta (11,2%), Natasha Slhessarenko (4,9%) e Max Russi (3,8%).

Os indecisos somam expressivos 23%, além de 3,07% de brancos e nulos e 3% que não responderam. Convertidos em votos válidos, Fagundes chega a 34%, número distante de qualquer cenário realista de vitória em primeiro turno.

No cenário espontâneo, aquele que mede lembrança real do eleitor, o quadro é ainda mais constrangedor: 60,1% não sabem ou não responderam. Fagundes aparece com apenas 5,6%, tecnicamente empatado com Jayme Campos (5,3%) e pouco à frente de Pivetta (4,6%), Mauro Mendes (4,1%) e Janaina Riva (3,1%).

Para quem se apresenta como favorito absoluto, o desempenho é, no mínimo, pífio.

Não é preciso ser especialista em estatística — muito menos PhD em ciência política — para perceber que o senador vai mal na fotografia.

Após quase quatro décadas de campanha permanente, passando por disputas para prefeito de Rondonópolis, governo do Estado (derrotado por Mauro Mendes em 2018) e Senado, além de circular pelos municípios na garupa do bolsonarismo, Fagundes segue estacionado na casa dos 20%, mesmo em cenário estimulado e com margem de erro generosa.

Antes disso, foi aliado central do petismo e figura influente no DNIT durante os governos Lula, Dilma e Temer. Ou seja, teve tempo, espaço e poder suficientes para se tornar hegemônico. Não conseguiu.

No cenário espontâneo, sua fragilidade fica escancarada: com todo o portfólio político que ostenta, mal passa dos 5%, em empate técnico com adversários que sequer iniciaram campanha de fato.

Ainda assim, Wellington Fagundes extrapola na arrogância, ignora os números, canta vitória antecipada e aposta na ilusão do primeiro turno. Uma vitória que existe apenas no discurso — e a cara nem fica vermelha.

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