Da Redação
A Bronca Popular
Na última quinta-feira (3), a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) realizou a queima de maquinários em uma fazenda localizada em Marcelândia, a 640 km de Cuiabá.
Em nota, a Sema afirmou que agiu dentro da legislação vigente e justificou a ação como uma medida necessária devido à reincidência da fazenda Curuá Madeireiras do Amazonas Ltda em crimes ambientais.
Ao longo dos últimos cinco anos, a propriedade acumulou seis multas, totalizando mais de R$ 33 milhões, devido à exploração ilegal de madeira e desmatamento na região.
A Sema ressaltou que a destruição dos equipamentos se mostrou necessária, uma vez que estava difícil realizar a remoção dos maquinários. Além disso, o órgão argumentou que tal prática está respaldada na Lei Federal de Crimes Ambientais n° 9.605/1998.
Janaína Riva reage a queima de maquinários

Janaína Riva defende que maquinários utilizados na prática de crime ambiental sejam doados a prefeituras
No entanto, a ação da Sema gerou críticas da deputada estadual Janaina Riva (MDB), que manifestou sua indignação nas redes sociais com relação a queima dos maquinários.
A parlamentar, segundo manifestação em suas redes sociais, não compactua com criminosos, não é condescendente com quem atenta contra o meio ambiente e defende a aplicação da lei.
A indignação da deputada se refere a queima dos maquinários, que, segundo ela entende, poderiam ser apreendidos e entregues a prefeituras, associações de produtores rurais ou assentamentos, assim teriam uma destinação justa em benefício da população.
A fazenda Curuá Madeireiras do Amazonas Ltda tem sido alvo de fiscalizações frequentes por parte da Sema devido às práticas reiteradas de desmatamento ilegal. Ao longo dos anos, foram aplicadas multas e embargos por diversas infrações ambientais cometidas na propriedade.
Os fiscais da Sema ainda estão na área fazendo o auto de infração referente à última fiscalização realizada.
Leia nota da Sema:
Sobre a fiscalização da Sema na fazenda Curuá Madeireiras do Amazonas Ltda, de 11 mil hectares, no município de Marcelândia, a Secretaria de Meio Ambiente esclarece que trata-se de propriedade que de forma reiterada tem cometido crimes ambientais.
Esta foi a 6ª fiscalização realizada no local por causa de desmatamento ilegal:
• 2019 – Auto de infração por exploração de madeira em toras com aplicação de multa de R$ 60 mil e apreensão de maquinários (2 tratores, 1 caminhão e 4 motosserrras)
• 2019 – Auto de infração por exploração de floresta nativa em área de reserva legal com aplicação de multa de R$ 3,4 milhões e embargo 687 hectares;
• 2021 – Auto de infração por desmatamento ilegal com multa de R$ 1,4 milhão e embargo de 290 hectares;
• 2022 – Auto de infração por desmatamento ilegal com aplicação de multa de R$ 2,7 milhões e área embargada de 558 hectares.
• 2022 – Exploração ilegal da floresta com aplicação de multa de R$ 26 milhões mais o embargo de 5.340 mil hectares e a apreensão de um trator e uma motosserra, além da destruição de um trator que estava com defeito.
• 2023 – Neste dia 3 de agosto foi feita a fiscalização na área com a destruição de equipamentos, conforme prevê a Lei Federal de Crimes Ambientais n° 9.605/1998, porque estava difícil a sua remoção. Os fiscais ainda estão na área fazendo o auto de infração.